Uma profunda transformação está ocorrendo e é hora de desapegar dos vícios

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Não podemos negar nossa condição: somos organismos vivos em constante evolução. O problema é que já faz muito tempo que nossa mente ficou estagnada, presa em crenças e padrões que não nos permitem mais evoluir como espécie. É verdade que tivemos avanços brilhantes na ciência, assim como em tantas outras áreas. Até pouco tempo atrás, por exemplo, sentíamos prazer em ir para coliseus ver sangue derramado. Hoje nos sensibilizamos com o sofrimento humano. Porém, chegamos a um novo ponto de mutação. Precisamos de uma nova consciência, uma nova maneira de viver a vida.

Sinto que essa nova consciência vem da união entre a ciência e a espiritualidade, mas não a confunda com religião. Chegou o momento de irmos além do fanatismo, além das estruturas rígidas de pensamento e realmente abrirmos nossa percepção. Desestruturar esse sistema de crenças tão arraigado não é fácil e pode ser dolorido, mas nesse momento é inevitável. A máscara planetária está sendo desconstruída e esse processo, apesar de desafiador, é absolutamente natural dentro do jogo proposto para a humanidade.

Nossa percepção esteve por muito tempo presa em ilusões. Na raiz dessa ilusão estão o medo da escassez e uma falta de confiança em si mesmo, geradoras de disputas, competições e todo tipo de guerra. A amplificação da percepção permite que os véus sejam rasgados e que possamos ampliar nossa consciência no que se refere à realidade espiritual. Alguns já estão podendo usufruir da alegria que é ter essa percepção ampliada. Outros ainda estão sofrendo muito devido ao apego aos condicionamentos mentais.

Estando muito apegado é possível que alguns experimentem emergências espirituais, como crises de loucura e surtos diversos. Isso porque todas as crenças nas quais nos apoiávamos começaram a ruir e, com isso, podemos chegar a perder o senso de identidade. É como se uma grande correnteza estivesse levando embora paredes de contenção –ideias e fantasias sobre si mesmo. Apesar de esse processo não ser prazeroso, com o tempo, você perceberá que essas paredes, na verdade, eram o que delimitavam sua prisão, eram elas que o impediam de ser livre.

Entenda que não estou falando de nada místico ou profético. Essa profunda transformação está acontecendo de forma acelerada e, junto com ela, uma nova consciência começa a nascer. Mas para que isso aconteça, você precisa fazer a sua parte, com a renúncia dos seus pactos de vingança e seus padrões de dependência. O que é falso dentro de cada um está sendo descontruído e ajuda muito se você puder deixar isso ir embora, caso contrário, gerará ainda mais sofrimento para si próprio.

Você precisa aprender a direcionar o poder da sua vontade e dizer "chega" para esses padrões. Mesmo que tenha uma crise de abstinência, deve dizer "não" para essa droga, seja ela sustentar uma vaidade, um ponto de vista, fazer-se de vítima… Cada um sabe qual é o seu vício e sabe como sua energia é drenada.

Eu sei que alguns ainda não têm essa consciência, mas é somente uma questão de tempo. Até mesmo os que têm consciência cedem para aquela voz que diz: "só mais uma vez". Mas se você se autoinvestigar, perceberá que tem uma parte sua que adora repetir esse padrão. Há que se ter realmente coragem de romper com o ciclo vicioso do sadomasoquismo e se abrir para algo novo.

Cada um faz o que já pode fazer. Cada um dá o passo de acordo com as próprias pernas.

E pouco a pouco vamos deixando o que não serve mais para trás.