Por que a luxúria te impede de amar de verdade? Entenda a energia erótica
Tenho dito, repetidas vezes, que, neste planeta, ainda se aprende através do sofrimento. Em algum momento, a entidade humana em evolução se cansa de sofrer e esse cansaço faz com que ela comece a buscar respostas, de por que as coisas estão sempre acontecendo dessa forma –sempre criando situações de sofrimento.
A luxúria se manifesta quando o eu inferior –a nossa sombra– contamina o impulso erótico e isso faz com que você use a energia sexual para ter poder sobre o outro, para transformá-lo em um escravo e satisfazer as suas carências. Isso pode acontecer de uma forma bastante inconsciente. Os principais "filhos" da luxúria são: a sedução, o ciúme e a possessividade –somente para citar os mais conhecidos.
Eu tenho ensinado como evoluir no processo de transformação da luxúria, como transitar dentro desse vale –aproveitando o relacionamento como material de escola e compreendendo que a relação é realmente um instrumento poderoso de aprendizado. O amor se manifesta somente quando você pode purificar o seu sistema dos pontos de ódio e medo. Então, conforme vai purificando-o, vai abrindo mão desse mecanismo de defesa, que é a luxúria.
A partir disso, você liberta a energia erótica do medo e ela começa a subir em direção ao coração, permitindo que, em algum momento, você vivencie um amor profundo pela vida e pela existência. Essa devoção é um dos portais celestiais, um dos instrumentos que possibilita a liberação, um redirecionamento da energia sexual.
E como é que você pode sentir esse sentimento de completude se está atormentado pelo ciúme, por exemplo? Difícil. A luxúria é justamente o medo utilizando a energia sexual com o propósito de dominar o outro. Ela tem muitas manifestações e desdobramentos e quanto mais você sofreu condicionamento para não ser quem é de fato, quanto mais precisou fingir ser alguém diferente para poder agradar e receber cuidados, maior é o medo de perder essa falsa segurança. Assim, também será maior a probabilidade de você se relacionar a partir do medo e, portanto, ter uma relação de dependência.
É importante que você identifique aquela vontade de humilhar e fazer o outro sentir-se menos, a vontade de ter o outro como um escravo. Nada disso é amor, ao contrário, é egoísmo disfarçado de amor. O egoísmo usa o medo, o ódio e todos os agregados para atingir a sua meta que é ter amor exclusivo, ter tudo para si. Mas, dessa forma, é óbvio que você somente será lançado ao sofrimento.
O amor começa a surgir quando você começa a aceitar a si mesmo e ao outro assim como são. Agora, é claro que isso trás um impacto na relação afinal, todo o seu tesão e a sua atração sexual estavam baseadas no negativo e você precisava humilhar, rejeitar ou ser rejeitado para sentir atração.
Ao buscar transformar isso, é possível que fique sem interesse por um tempo, mas se realmente estiver cansado de sofrer e disposto a parar com esse jogo destrutivo, renunciando os pactos de vingança, pouco a pouco será possível criar espaço para o prazer positivamente orientado, para o prazer na alegria do sim, na alegria do amor.
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