Como não se deixar afetar por essa zona depressiva que estamos passando
Parece que a depressão é mesmo a doença da década. Os casos não param de aumentar mundo afora. Eu diria que, independentemente das marcas pessoais de cada um, estamos atravessando como humanidade uma zona depressiva. Isso porque a consciência está se expandindo e, à medida que despertamos, vamos também nos dando conta do tamanho da nossa desconexão com a fonte que, para mim, são o amor e o propósito de nossas vidas.
A depressão pode começar a se manifestar como uma tristeza sem causa e, sem que a pessoa possa explicar, vê a vida perdendo o sentido. Independentemente de haver heranças genéticas, toda doença começa a se manifestar no plano sutil (emocional, mental e espiritual) até, finalmente, se instaurar no corpo físico. Quando chega a esse estágio, o comum é tratar com algumas medicinas. Mas o fato é que a origem dessa perturbação é a mesma: um profundo sentimento de solidão e, consequentemente, de desamparo e desproteção.
Existe um isolamento e a pessoa não consegue se relacionar com o mundo. Ela toca a vida no piloto automático, mas não está ali. Sua alma não está presente, porque está aprisionada sem se expandir. Às vezes, pode ser que a pessoa seja bem-sucedida em algumas áreas da vida e consiga mascarar a imensa tristeza que carrega consigo. Mas, quando está sozinha e quieta, não encontra jeito de fugir do pânico ou de sentimentos incômodos e difíceis de identificar.
Parece que um dos pilares da angústia existencial que permeia a vida humana é não se sentir pertencendo, é se sentir isolado, separado. Mas observe que nos raros momentos em que você experimenta se abrir –porque até mesmo uma pessoa profundamente depressiva tem momentos de abertura– o sofrimento desaparece. O sofrimento está intimamente relacionado a este fechamento.
Pode ser de grande valia você tomar consciência do por que se isola. O que te faz tão separado? Note os julgamentos, comparações e uma série de crenças que faz com que se proteja e se sinta separado do outro. Um bom caminho é observar o que envergonha você. Não a vergonha que possa sentir por estar nessa situação nesse momento. Estou falando de sentimentos ainda mais profundos.
Todos carregam passagens com as quais ainda não chegaram a um acordo. É natural que você tenha vergonha de ter medo de tocar em determinados lugares dentro de si que estão guardados a sete chaves. Medo de reeditar dores do passado. É muito importante tomar consciência disso, liberar esses sentimentos, entrar em um acordo com eles. É importante perceber que são eles que o impedem de se unir ao outro e a sua força interior.
Eu só conheço um caminho para ser feliz: se colocar a serviço. Ou seja, colocar os seus dons e talentos a serviço do amor. Somente dessa forma você se sentirá guiado, pertencendo e no fluxo do que chamo de corrente divina. E você se move nessa direção quando pergunta: "Como é que eu posso servir?". O seu corpo é um canal. Você é um canal. Resta se perguntar do que é que você está sendo canal nesse momento.
Doe-se de alguma maneira nem que seja oferecendo uma hora por semana para um serviço voluntário. Experimente, mesmo que ainda não seja autêntico dentro de você. Permita-se dar o seu melhor sem querer nada em troca, e aí, veja o que acontece.
Eu aposto que você vai perceber que tem muito para dar. E quando começar a se doar de verdade, conseguirá sentir a fragrância da alegria sem causa, que, a meu ver, é o melhor remédio para essa nossa doença coletiva. Quando você dá o seu melhor, não sobra espaço para tristeza ou sofrimento.
Quando o amor está em movimento, tudo em volta é amor também.
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