Duas técnicas de meditação para quem deseja começar a cultivar o silêncio
O cultivo do silêncio é com certeza uma das chaves para o autoconhecimento. Essa é uma prática muito valiosa para navegarmos pelo nosso mundo interno. É, também, um exercício de presença que ao ser praticado regularmente abre portas para que a verdadeira meditação se apresente em nossas vidas. Digo isso, porque a meditação real é um estado sob o qual não temos controle, ele acontece por si só, nos arrebatando, nos tornando testemunhas passivas em conexão com a existência.
Algo assim só é possível quando nossa mente está completamente serena, livre de qualquer barulho. E essa é uma conquista que requer prática. Por isso, estou sempre o convidando ao cultivo do silêncio.
Por isso, dedique um tempo do seu dia para ficar em uma postura ereta e confortável, desligando-se do mundo, conectando-se com sua respiração e, de olhos fechados, aprenda a relaxar na intimidade da sua consciência.
Para que seu cultivo do silêncio seja mais proveitoso, falarei, a seguir, de duas técnicas meditativas que podem ajudá-lo nessa jornada.
Meditação analítica
Essa é uma abordagem ocidental que sugere um trabalho direcionado de auto-investigação, para que você compreenda seus mecanismos de autossabotagem e libere sentimentos antigos causadores de repetições negativas. Na meditação analítica, você foca em um tema específico que o está incomodando e vai atrás das raízes dessa questão, a fim de fazer relações de causa e efeito e curar as mazelas da alma.
Entenda que o que causa sofrimento hoje é a repetição de uma dor antiga e malcuidada que continuou causando estragos em sua vida adulta sem que você se desse conta. Quando se propõe a navegar pela sua consciência perguntando para si próprio os porquês dessas repetições, pouco a pouco consegue reconhecer e retirar os espinhos antigos que o impedem de ser feliz.
Meditação com foco no vazio
Aqui a abordagem é oriental e o seu intuito é focar no espaço vazio entre um pensamento e outro. Os pensamentos, emoções e sensações vêm, você os observa e os deixa passar. Seu cuidado é para evitar o diálogo interno, renunciando ao julgamento ou à comparação. Trata-se de uma observação passiva e, à medida que você se dispõe a se aprofundar nessa prática, perceberá que existem estágios da consciência a serem atravessados.
Em um primeiro momento, quando você está iniciando a prática ou está muito agitado, se depara com muito barulho –uma mistura de pensamentos, emoções e sensações que podem ser desafiadoras impedindo seu relaxamento e distanciamento. Nesse caso, vale fazer uso da meditação analítica até que possa concentrar sua atenção e se aprofundar no vazio. Se atravessar essa zona de turbulência chegará em um segundo nível que é o próprio vazio, onde geralmente não se sente ou entende nada. Tudo é muito quieto, mas não é um quieto confortante, porque ainda faltam respostas para compreender a vida.
Ao atravessar esse deserto, você chega a um terceiro estágio, onde passa a ter acesso a todas as suas contas abertas, todos seus "registros kármicos". Esse estágio é muito parecido com o da meditação analítica, com a diferença de que acontece espontaneamente e abre portas para que você resolva essas pendências.
Se você continuar se aprofundando, chegará ao quarto estágio onde pode ter acesso a memórias intrauterinas ou de vidas passadas, acessando raios profundos de compreensão. Por fim, no quinto estágio, você acessará um vazio profundo preenchido pela completude, em que será capaz de acessar a sabedoria universal, encontrando respostas para perguntas que jamais se imaginou fazendo.
Nessas transições, você pode se deparar com imagens e símbolos que não compreende e eu sugiro que não gaste sua energia tentando compreendê-los. Podem ser anjos ou demônios, deixe-os passar. Se um dia for necessário entendê-los, isso acontecerá naturalmente, sem esforço algum. Se ocorrerem alguns trancos em seu corpo, não se preocupe, é apenas a energia em movimento dentro de você.
Concentre sua energia apenas em fazer do silêncio uma prática constante em sua vida. Todo o resto acontece por si só. Aos poucos, você vai se afinando com os códigos do silêncio e experimentando os mistérios da meditação.
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